Rock, Blues, MPB e Jazz. Pra quem acha que a música é uma das melhores coisas que existe!
Quem sou eu
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- Lawrence David
- Professor, Músico, Audiófilo, Cientista Político, Jornalista, Escritor de 1968.
domingo, 14 de novembro de 2010
O Dia em que matei Paul McCartney
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Zappa e a rebelião da cidade dos idiotas.
Now You See It - Now You Don't é um solo de guitarra, mixolídio, em ritmo de reggae. Um momento simplesmente excelente, grande instrumental. A questão é, o que você vê, e daqui a pouco não vê mais?
Esta postagem eu dedico à minha esposa e companheira Inezita Cunha pelas noites a fio ouvindo música juntos. Também dedico a Hamilton "Zip" Martins e Sergio Sperk pelo que me ensinaram sobre música e sobre o Mestre.
domingo, 29 de agosto de 2010
Frank Zappa, “nunca pirei tanto num cara”.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
"Blog de Ouro".
Eu também faço isso por caras como estes aí embaixo que eu indico pra esse prêmio. Boa sorte galera!
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Como participar:
Ao aceitar receber o selo, os indicados devem cumprir quatro procedimentos básicos:
1° Colocar a Imagem do Selo No Seu Blog;
2° Indicar o Link do Blog Que o Indicou;
3° Indicar Outros Blogs Para Receberem o Selo;
4° Comentar nos Blogs de Seus Indicados Sobre o Selo
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Crossed Fingers, belo sonho efêmero
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
King Crimson, o rei na toca do coelho
sexta-feira, 30 de julho de 2010
YES, cristal, trovão e falastrismos

Quem primeiro me levou às cordilheiras de gelo onde a vida crepita, ao abismo onde muitas surpresas aguardam, às ruas onde as pessoas felizes e perfeitas simplesmente compartilhavam o mundo, a me sentir pequeno diante do cosmo imenso … tudo através da combinação harmoniosíssima dos graves, agudos intensamente vibrantes e mansamente sutis, calmos e impetuosos, que se transformam nisso, para, e se transforma naquilo e volta, opa, já não é mais a mesma coisa … foi o Yes. Voz de cristal, baixo de trovão colegas intensos e falastrões, exibicionismo explícito milimetricamente calculado por Anderson Squire.

É, poderia ter sido apenas mais um encontro casual no Soho em 1968, de dois rapazes com gostos e sentimentos comuns que gostavam de harmonia vocal. Talvez tenha sido um encontro casual mesmo. O caso foi criado entre a dupla: sempre juntos e comandando o rumo do barco, como uma outra pessoa que se forma quando juntos … tipo, casamento. Quem ouvir os primeiros solo de ambos, Fish Out of Water e Olias of Sunhillow, vai notar as semelhanças. Os temas se desenvolvem lentamente, como música erudita, sem pressa. As texturas vão se construindo com muito pé no chão pelo lado de Chris Squire (aquele baixo forte) e parecem flutuar com Jon Anderson, leve como uma pluma. Muitos instrumentos, camas de vocais, muitas, muitas idéias, sempre “positivas” (daí o nome? Pouco provável pois foi dado pelo primeiro guitarrista, Peter Banks).
Algum tempo depois já comandavam o ritmo e a evolução do progressivo que durou até 1975 e 76. Steve Howe sentava a mão na guitarra, a música mais sofisticada conquistava a cabeça dos jovens, fenômeno impulsionado pela expansão do fluxo de consciência do fim dos anos 60. O fim de uma era também. Disco e Punks vão se alastrar abafando o que foi feito no início dos 80. Quem conseguiu resistir, quem se amoldou ás novas tendências. Nos 90 o prog volta com tudo, pra ficar, como gênero definitivo e importante no Rock.



Para mim, tudo começou com Close To the Edge. A longa mudança permanente com a confirmação do início no fim. A Alteridade e o misticismo. Sorridente e forte o The Yes Album traz, com suas exibições de virtuosismo, belos arranjos vocais e muita mistura de Jazz, Blues, Erudito, e, claro, Rock'n Roll! No alerta à Fragilidade da vida, Fragile mostra a banda com um som estável e engordado por Rick Wakeman esmerilhando nos teclados. Esses temas são Imortais! South Side Of The Sky, Heart of The Sunrise, Long Distance Runaround e, claro, a obra-prima, Roundabout. Nunca foi tão perfeita a síntese entre prog e pop. Referência universal esta canção que passou a servir de modelo pra qualquer banda do gênero que quisesse fazer sucesso.

Milhões de imitadores, nem preciso dizer quem, são tantos. Não aparecem grupos mais tão originais assim no mundo de hoje, dentro do que chamamos Rock. Pra onde foi o Rock? Sim tem muita coisa boa ainda, mas será que pela quantidade é possível dizer pra onde vai? O Yes sabia pra onde ia e sabia que fazer música não era simplesmente brincar de fazer letras e compor melodias harmonizando com 3 ou 4 acordes. Não são muitas as canções, alguns não gostam, talvez. O que importa é que elas ficarão. Permanecerão com sua capacidade de transcender o presente nos lançando irremediavelmente em um passado onde já se vislumbrava o futuro: viver em paz com a natureza.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Anos Blues, Chicago em Porto Alegre







domingo, 25 de julho de 2010
Jimi Hendrix, o descobridor da Strat Mágica.

A maneira de combinar as notas, de transformar o suave em pesado, de solar enquanto faz o ritmo, de botar aquele dedão grosso como pestana e deixar os outros fazerem coisas quase impossíveis, as harmonias quase jazzísticas, os riffs certeiros e que ficam martelando na moringa, os climas psicodélicos, a voz quase falada às vezes, a dinâmica da experiência, o virtuosismo até nos bem agudos, o uso descontrolado dos efeitos dos paredões de Marshall saturados e do Cry-baby (wah-wah), é, tudo isso foi ele que inventou, nosso amigo aí acima, O Jimi.
Realmente eu não sei como é que pode alguém duvidar que esse rapaz jamais será superado, e olha que depois dele, vieram outros muitíssimo bons. Não é uma questão de qualidade apenas, mas, principalmente, de novidade e dimensão da guitarra elétrica na música. A partir dali um mundo de possibilidades surgiu. A guitarra sai da posição de tão importante quanto pra uma de mais importante que tudo. Não daria pra aparecer outros que tocassem guitarra pesado e sozinhos, se alguém não tivesse mostrado ao mundo do que uma guitarra era capaz. Aqueles sons, murmúrios, queixumes, súplicas, falas saiam de um único instrumento. “Não, não pode sair tudo de uma só Strat, me belisca que eu tô sonhando, esse cara não é real”, foi o que pensei quando ouvi o álbum Axis, Bold As Love pela primeira vez.

O mais paradoxal é que não foi uma das coisas que me bateram mais, logo que comecei a gostar de Rock. Tive que amadurecer um pouco para começar a curtir de verdade esse maluco. Ouvir a fundo, pra mim, é coisa recente, de pesquisar álbum por álbum, canção por canção, comparar as várias fases, e os parceiros diferentes. Em estúdio é bastante impressionante, mas aí, o cara vira muitos. O que mais me abestalha são suas performances ao vivo. Os sons eloquentes que ele tira até incendiando seu instrumento.


Completamente enlouquecido com o próprio espetáculo, depois de espancar a fera, tocá-la com os dentes, nas costas, com os pés, ele joga combustível e põe fogo na Strat e assiste estasiado, sua descoberta se transformar em madeira, metal e plástico carbonizados, enquanto ainda emite uivos, gritos de desespero, e sons nunca antes visitados. Joga pra galera, quem resiste a isso? Um hino e uma mensagem, “Não ao Vietnam”, metalóides que se transformam em bombas, honra que vira tragédia e piléria.

Havia algo de muito esquisito, ele não se enquadrava, não se encaixava nesse mundo, perdido entre a imaginação transbordante e a excessividade lisérgica, flutuou, um dia para longe, sufocado pela própria angustia de mostrar aquilo que nem ele realizava bem o que era. Talvez tão forte intenso como o amor, tão outsider como um cigano, ele foi à terra das mulheres elétricas olhar os primeiros raios do novo dia que surgia.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Os Beatles são o máximo

Essa sempre será a banda número 1 para mim, em tudo: composição, arranjo, gravação, vocais, produção, importância no contexto, não dá, o poder dos Beatles é incontestável. A primeira coisa que ouvi de Rock que me chamou a atenção. Que me provocou um sentimento de estar nos anos 60, de compartilhar aquele clima, aquela loucura, aquilo que é o âmago da música, mais que em qualquer outra época da nossa história recente.

Não há explicação meramente racional para The Beatles. Só pode ser mágica. É um encantamento que começa na infância dos personagens, que enfrentam muita solidão e são profundamente idealistas. Me identifico direto porque a vida deles era a música, como a minha. Cada vez tem menos gente que acha que a música é tão importante assim. Sabe o Joe's Garage do Zappa, a clássica ópera Rock onde a música se torna ilegal? Pois é, me sinto meio assim hoje em dia.
Ganhei toda a coleção de uma vez quando completei 13 anos em 1981. Ali, naquela noite, ouvi o Rubber Soul, o Please Please Me e o Sargent Pepper's inteiros de uma só vez. Não dava pra acreditar que um grupo fosse capaz de fazer tudo aquilo, era bom demais. Aquela noite ficou na minha memória indelevelmente para sempre. Decidi ser músico e aprender violão e contrabaixo porque gostava do Paul McCartney. Mas me achava mais parecido com o John Lennon.

O melhor de todos pra mim é o Revolver. Ouvi pela primeira vez quando tinha uns 6 ou 7 anos. Taxman, Eleanor Rigby e I'm Only Sleeping de uma só vez é pra matar. Aí vem Love You Too que dá uma relaxada pro lado oriental. Depois vem a bela Here, There And Everywhere e já vem a bizarra Yellow Submarine, que inspirou o desenho homônimo. Finaliza com She Said, She Said que fala das experiências com substãncias psicodélicas, uma marca da geração dos 60.
O otimismo de Good Day Sunshine é a cara de Paul. And Your Bird Can Sing mostra toda a agressividade de John no vocal e o talento de George com a duplicação de uma guitarra. For No One tem um tom existencialista romântico e Doctor Robert fala do famoso dentista londrino. I Want To Tell You é uma canção tensa de George e Got To Get You Into My Life traz um belo arranjo de naipe de metais. Para finalizar uma das canções que mudou a cara do Pop em todos os tempos, com seus efeitos sonoros, utilizações de gravações diferentes tocadas simultaneamente como se fossem instrumentos, seus vocais distorcidos, guitarras invertidas e uma letra de um surrealismo tântrico, Tomorrow Never Knows.

Foi o único album que a banda, que pararia de fazer turnês para sempre, gravaria naquele ano, 1966. Mas no ano seguinte fizeram Penny Lane e Strawberry Fields Forever e em seguida sua obra prima, o Sgt. Pepper's. Ainda gravaram o Álbum Branco, O Let It Be e o Abbey Road, além de terem feito mais um filme, depois de A Hard Day's Night e Help!, o Magical Mystery Tour, Clássico do Psicodelismo-Ópera Rock- Surrealismo.

Influenciaram Deus e todo mundo, não dá pra medir o alcance de sua obra que é imbatível em termos de vendagem, e suas canções são gravadas e regravadas sempre, em variadíssimos estilos, por músicos de todas as culturas e todos os estilos, ao longo desses 40 anos desde que o grupo acabou.
O John partiu tão cedo, e de uma forma tão estúpida … assassinado na porta da própria casa por um fã com problemas de personalidade. Quem conhecia bem o John sabia que ele era um gênio, incapaz de ser superado naquilo que há de mais profundo na música pop, no rock e na poesia, na originalidade e autenticidade. Ele foi um exemplo pela luta política, pelo amor á música e à arte antes de tudo, mesmo a mais vanguardista da vanguardas. Ele era um eterno inconformista, sempre buscando a essência de tudo em suas canções, sempre perseguindo a verdade obstinadamente, a de todos , sua verdade interna.
Paul era menos idealista e mais romântico, voltado pro lado introspectivo melódico, um pouco erudito e intelectual sensível. Mais talentoso que John nas harmonias e climas, mas menos ácido. As composições desses dois juntos estão no topo do equilíbrio de tudo o que se tem notícia na música. São obras eternas.

Ringo o Borrachão que chupava os coisa ruim do corpo dos vivente. Sempre amigão de todos, sempre salvando a pele dos desesperados com seus múltiplos apartamentos. George o esquecido, relegado injustamente a segundo plano, nunca se recuperou de ser um side-show. Posso, respeitosamente especular que sua morte teve alguma relação com esse fato, pode ter sido secundarizado.
A vida é dura, no cotidiano da gente. Trabalha-se muito e ganha-se pouco, é um mundo injusto. Mas, ainda bem que eu tenho os Beatles pra ouvir quando eu chego em casa.
THE BEATLES são: John Lennon (Guitarra rítmica e vocal), Paul MacCartney (Contrabaixo e Vocal), George Harrison (Guitarra Solo e Vocal), Ringo Starr (Bateria e Vocal).
ORIGEM: Liverpool Inglaterra, década de 60.
COLEÇÃO: mais de 10 álbuns originais, coletâneas de sucessos e por estilos, diversas masterizações, milhares de álbuns piratas. Todos os tipos de paródias, homenagens e regravações possíveis e imagináveis.